Sobre não ter controlo

 Há menos de duas semanas e por uma razão que estava fora do meu controlo, decidi que iria tirar algum tempo para mim, para organizar as ideias, para descansar, para fazer um reset aos pensamentos e prioridades, para o que for. Nada me podia impedir ou prejudicar por esta decisão até porque tinha tudo controlado.

Passei a semana passada por uma fase depressiva, aceitei porque realmente não só me custa muito controlar estes episódios como podem-se tornar mais complicados ao tentar faze-lo. Então fiz o que sempre faço e isolei me de tudo e todos, passei a fazer o que era suposto no meu tempo e mesmo assim com muita ajuda fisicamente. 

O que era suposto fazer esta semana, (pasmem-se) era simplesmente ver uma serie, e é tão frustrante aperceber-me que não sou capaz. Honestamente até este momento ainda não me tinha passado pela cabeça que poderia ainda estar nessa fase depressiva, mas a realidade é que a cama virou a minha melhor amiga e a minha pior inimiga, ao ponto de hoje ter sido literalmente arrancada da cama pelo meu namorado.

É triste saber e ter a consciência de que estou num loop tão toxico e não sou capaz de fazer nada, fico apenas horas e horas deitada entre dormir e acordar a pensar em tudo quanto a minha consciência alcança, a sentir me a pior pessoa do mundo por apenas existir e não fazer nada do que queria ou era suposto fazer, coisas até básicas.

Depois de ter sido arrancada a força da cama, o Paulo levou me a praia ver o pôr do sol, ele sabe que normalmente ajuda e de facto consegui deixar sair algumas das ideias que me deixavam em baixo e conversar com ele (sim porque por defeito eu falo dos problemas com o meu psicólogo ou se estiver demasiado sobrecarregada, não façam isso), a grande razão é por eu ter decido tirar um tempo para mim, faz me sentir uma inútil, preguiçosa, um encosto e por ai fora, e a frustração vem precisamente daí, eu não tenho controlo sobre mim e sobre as minhas decisões, de alguma maneira tudo o que faço me faz sentir mal comigo própria, é a mais pura da autossabotagem.

E a partir daí começa uma luta interna (penso que a bipolaridade vem daí) onde o meu consciente perde se completamente, só e apenas tenho vontade de chorar porque sinto que o que quer que se esteja a passar comigo está a vencer-me e eu a ver.

No final, eu sei que isto é só mais uma fase, sei que podia ser muito pior como já foi, mas não deixo de me questionar, onde é que eu estou no meio disto tudo? Quanto falta para a Patricia estável venha ao de cima? Quando vou ter controlo sobre as minhas escolhas, pensamentos ou emoções?

Se leste até aqui e não percebeste nada, não te preocupes, é normal, já é uma vitória ter conseguido chegar até aqui, nem sempre é preciso ser coerente...

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