O Propósito Disto
Ao longo dos últimos 3 anos e após ter sido diagnosticada com (inicialmente) Transtorno de Personalidade Bipolar e Borderline (no entanto ao longo do processo verificou se que o traço borderline era demasiado subtil), fui procurando através das redes sociais, blogues ou até sites tentar compreender me, tentar encontrar os meus pontos fracos, sempre achei e irei achar que conhecimento é poder, no entanto nunca achei que fosse tão difícil encontrar informação relativamente a bipolaridade que não fosse apenas genérica.
Ao longo deste tempo fui me apercebendo de tantas coisas que todas em conjunto fazem o maior sentido do porque da escassez de informação.
- As pessoas diagnosticadas com o transtorno bipolar são extremamente discriminadas, são e sempre foram, no entanto tenho esperança que isso mude.
- As pessoas têm vergonha porque infelizmente os bons profissionais na área da saúde são poucos, eu própria senti na pele um tratamento diferente assim que mencionava o transtorno.
- As pessoas do circulo próximo destas pessoas passam a menosprezar os problemas de pessoas com o transtorno bipolar, são "coisas da cabeça delas".
- Muitas outras pessoas não sabem o que têm porque (2) os profissionais são péssimos e confundem o transtorno com uma simples depressão ou por outras mil razões que os familiares não apoiam ou aceitam que alguém precise de ajuda.
- Medo, sentimento de fracasso.
Senti tudo isso, mas de alguma maneira estava acostumada porque desde nova disseram me que tinha depressão (14 anos), até podia ter mas também era bipolar, e o interessante, coisas de que ninguém fala, a medicação para a depressão piora o estado de uma pessoa bipolar, e há pessoas (eu inclusive) que tomam este tipo de mediação durante anos e anos e questiono-me, se o medico não verifica melhorias porque não pondera o diagnostico?
Ao falar sobre o assunto nas redes sociais muitas pessoas vinham falar comigo (mais do que eu pudesse imaginar) que de alguma forma se identificavam com o meu caso, estavam mal e não procuraram ajuda. Deixem me que vos diga, mas problemas como este não se resolvem com sol, exercício ou alimentação (é obvio que ajuda e devem procurar ter uma vida saudável), as alterações cerebrais devem ser controladas com a medicação adequada.
Isto é tão grave como outra doença qualquer, so que de cancro (ex) morre-se com um prazo e com uma doença mental morre de de um dia para outro, sem razão aparente.
Quando procurei respostas por meios virtuais (importante: sempre fui acompanhada por um excelente psicólogo e psiquiatra) foi porque 1º, não se consegue obter este tipo de informação na terapia, e porque não entendi ao certo o que se estava a passar comigo, passam se 3 anos e eu continuo no limbo, quase tudo do que sei foi porque investi tempo e dinheiro em terapia, e foi o melhor investimento de sempre mas teria ajudado de certa forma encontrar alguém parecido comigo que falasse abertamente sobre este tema.
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