O Propósito Disto

Ao longo dos últimos 3 anos e após ter sido diagnosticada com (inicialmente) Transtorno de Personalidade Bipolar e Borderline (no entanto ao longo do processo verificou se que o traço borderline era demasiado subtil), fui procurando através das redes sociais, blogues ou até sites tentar compreender me, tentar encontrar os meus pontos fracos, sempre achei e irei achar que conhecimento é poder, no entanto nunca achei que fosse tão difícil encontrar informação relativamente a bipolaridade que não fosse apenas genérica. 

Ao longo deste tempo fui me apercebendo de tantas coisas que todas em conjunto fazem o maior sentido do porque da escassez de informação.

  1. As pessoas diagnosticadas com o transtorno bipolar são extremamente discriminadas, são e sempre foram, no entanto tenho esperança que isso mude.
  2. As pessoas têm vergonha porque infelizmente os bons profissionais na área da saúde são poucos, eu própria senti na pele um tratamento diferente assim que mencionava o transtorno.
  3. As pessoas do circulo próximo destas pessoas passam a menosprezar os problemas de pessoas com o transtorno bipolar, são "coisas da cabeça delas".
  4. Muitas outras pessoas não sabem o que têm porque (2) os profissionais são péssimos e confundem o transtorno com uma simples depressão ou por outras mil razões que os familiares não apoiam ou aceitam que alguém precise de ajuda. 
  5. Medo, sentimento de fracasso.
Senti tudo isso, mas de alguma maneira estava acostumada porque desde nova disseram me que tinha depressão (14 anos), até podia ter mas também era bipolar, e o interessante, coisas de que ninguém fala, a medicação para a depressão piora o estado de uma pessoa bipolar, e há pessoas (eu inclusive) que tomam este tipo de mediação durante anos e anos e questiono-me, se o medico não verifica melhorias porque não pondera o diagnostico?

Ao falar sobre o assunto nas redes sociais muitas pessoas vinham falar comigo (mais do que eu pudesse imaginar) que de alguma forma se identificavam com o meu caso, estavam mal e não procuraram ajuda. Deixem me que vos diga, mas problemas como este não se resolvem com sol, exercício ou alimentação (é obvio que ajuda e devem procurar ter uma vida saudável), as alterações cerebrais devem ser controladas com a medicação adequada.

Isto é tão grave como outra doença qualquer, so que de cancro (ex) morre-se com um prazo e com uma doença mental morre de de um dia para outro, sem razão aparente.

Quando procurei respostas por meios virtuais (importante: sempre fui acompanhada por um excelente psicólogo e psiquiatra) foi porque 1º, não se consegue obter este tipo de informação na terapia, e porque não entendi ao certo o que se estava a passar comigo, passam se 3 anos e eu continuo no limbo, quase tudo do que sei foi porque investi tempo e dinheiro em terapia, e foi o melhor investimento de sempre mas teria ajudado de certa forma encontrar alguém parecido comigo que falasse abertamente sobre este tema. 

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