Semanas de loucos
E vamos para aquele post de desabafo numa tentativa de tirar os pensamentos negativos do meu sistema.
Spoiler, vai haver muito queixume pelo meio.
Há coisa de 3 semanas que aprendi que aquilo que podia estar a ser difícil conseguiu ficar ainda mais difícil (meio que por burrice minha mas tudo bem).
Faz 3 semanas que tive a minha sessão de grávida com o meu querido amigo Alex, e surpreendentemente foi muito difícil para mim, já faz tempo que deixei de me sentir confortável com o meu corpo, o peso da barriga é muito cansativo, tenho muitas contrações (de treinamento) que apesar de não serem dolorosas são mesmo muito desconfortáveis e por culpa minha adiei esta sessão demasiado tempo.
Para fazer poses específicas ou ficar em certas posições que exigiam algum esforço acabei por fazer uma lesão nos ligamentos da minha pelvis. Eu traduzo: estou há 3 semanas com dores horriveis sempre que tenho mexer me, seja revirar me na cama, andar (consigo andar no máximo 15min seguidos) descer ou subir escadas (moro num 3o andar sem elevador) ou outras tarefas básicas. Chato mas não há nada a fazer, só vai passar após o parto.
Há dias em que dou por mim sobrecarregada de pensamentos sobre a maternidade, sobre ter tudo pronto quando ele vier ao mundo e parece que nada se resolve.
Diabetes gestacionais, anemia...
O sono? Há muito tempo que não consigo descansar nada de jeito, durmo 3h e acordo ou porque tenho que ir ao WC ou porque tenho fome, ou porque alguém la fora está a fazer muito barulho, ou então ultimamente com ataque de pânico.
Terramoto: pois é, alguém se lembra disso? Infelizmente eu, fiquei com tanto medo de uma réplica mais forte que dou por mim a lutar contra o sono pois não quero voltar a acordar no meio de um e entrar em pânico.
Há 2 semanas fiquei engripada, não seria nada de especial se pudesse tomar algo, mas não pude apenas paracetamol que eu já tomava por conta das dores ou seja nada feito, foi uma semana horrível entre estar febril, tosse dor de garganta enfim...
No meio disso tudo começaram os ataques de pânico, acordava ao meio da noite inconsolável mas lá conseguia acalmar me sozinha e voltar a dormir.
Até que, sem razão aparente, há duas noites deixei de conseguir dormir, inicialmente seria porque sentia o nariz entupido, ok mas conseguia respirar pela boca, só que não, pois as tantas sentia a boca seca e a garganta a fechar e foi ai que começou o puro desespero, a primeira noite ainda consegui ir acalmando sem dormir mas não foi tão mau, mas esta ultima noite foi o puro caos, estava completamente desesperada, pensei mesmo que fosse morrer, tomei toda a medicação que me foi permitida e mesmo assim não consegui acalmar me, no desespero tomei um banho frio e quando o meu corpo começou a reagir ao frio (tremer como se não houvesse amanhã) eu voltei a respirar.
Mas a alegria durou pouco tempo, quando saí voltei a sentir as mesmas coisas, fiquei com pânico de voltar para a cama, e o que resultou melhor a "longo prazo" das 4h da manhã até às 6h foi ligar a minha mãe e rezar com ela, ora, a última vez que rezei com ela foi há coisa de quase 3 anos, não é costume, mas ouvir a voz calma dela com o meu desespero ajudou, até eu desligar a chamada...
Entrei em contacto com a minha psiquiatra e com o meu psicólogo na mesma manhã, por sorte os dois me atenderam prontamente e a psiquiatra alterou a medicação, a dose era de 1mg e disse que caso não funcionasse poderia ir até 6mg, mas infelizmente não funcionou e eu só pensava "estou a fazer mal ao bebé, eu vou morrer, o meu filho vai morrer, se não morrermos sufocados vai ser por overdose".
Com a chegada da noite novamente decidi que iria dormir no chão, visto que sempre que me sinto muito ansiosa deito me no chão e funciona, o que tinha a perder? Tomei toda a medicação as 10h da noite, e adormeci, mas as 12h já tava acordada em pânico, pedi ao homem para me levar a rua apanhar ar, não funcionou, a aflição já era tanta que eu só queria ir para as urgências ou algum lugar que me ajudasse.
Voltamos para casa e confesso que um pouco por autorecriação tomei um sos que a médica tinha me dito para "evitar" no 3o trimestre.
Pois bem, foi o que me salvou. Dormi cerca de 6h seguidas, acordei calma, tomei o pequeno almoço e voltei a dormir até depois do almoço.
Há momentos em que sinto o coração a acelerar novamente (principalmente agora a noite) mas procuro fazer os exercícios de respiração e consciencialização, tive luz verde para voltar a tomar o sos até me sentir mais segura.
O mais bizarro de tudo é eu ter plena noção de que se trata de um ataque de pânico mas este ser tão forte que por mais que tente controlar simplesmente não consigo.
No meio disto tudo o meu maior medo era entrar em trabalho de parto no meio daquele caos e não conseguir controlar o meu parto da forma que idealizo.
Conclusão, o corpo da muitos sinais antes de entrar em colapso, há uma urgência em aprender a interpreta los.
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