Dia da saude mental

 Olá, eu sou a Patricia, tenho 32 anos e sou bipolar tipo 2.

Ao longo da minha vida tive alguns episódios de mania, o pior foi aos 29 anos que ainda não me sinto confortável a falar sobre isso.

Porém as crises de depressão têm sido mais frequentes, a maioria são de depressão leve no entanto tive 3 crises muito graves, um na adolescência, com 15 anos, resultou numa anorexia onde cheguei a pesar 38kg e uns quantos anos de recuperação.

A segunda maior depressão foi aos 27, começou porque deixei de tomar a medicação que começou aos 15 anos porque estava com um peso que me incomodava (apesar de que na realidade estava bem) e passado 6 meses fui parar as urgências onde me foram passados muitos ansiolíticos e para deixar de sentir qualquer coisa que fosse todos os dias enchia me de medicação (sem indicação médica) até perder a consciência. 

Depois de ter percebido o que iria acontecer se isso continuasse procurei ajuda. E foi quando tive o diagnóstico, inicialmente Borderline e depois a confirmação de Distúrbio Bipolar.

Confesso que foi difícil de aceitar mas ao longo do tratamento entendi a importância de um diagnóstico correto e tratamento adequado.

E a última crise de depressão grave foi aos 31, depressão pós parto que até agora estou a tentar ultrapassar, ainda que neste momento esteja praticamente controlada.

Desde que engravidei fui seguida pela psiquiatra da Maternidade e apenas terei alta caso mude de médico sendo que se trata de uma doença grave.

Em resumo, é muito complicado aceitar que tenho inúmeras limitações e que será assim para o resto da minha vida, que terei que ter religiosamente pelo menos uma vez por mês consultas para controlar o estado do transtorno, fazer exames para entender se a medicação está em dia e eventualmente ajustes e adaptação...

Odeio o termo "doença mental" acho muito prejorarivo, se for para falar de doenças mentais gosto de pensar que podemos considerar como condição de saúde.

O que mais me asusta neste momento é saber que se as minhas crises graves voltarem a aparecer poderei ficar sem o meu filho, pois a CPCJ atua dessa forma neste tipo de casos por melhor mãe que tente ser. É muito asustador e nunca pensei nesta possibilidade quando decidi engravidar, aliás até desconhecia.

Mas apesar de ser uma grande vulnerabilidade acho que partilhar informação (que eu não tive) é muito importante.


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